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Apresentação

A ideia para criar este blog surgiu no âmbito do tema da nossa Área de Projecto, que relaciona a saúde e os avanços da ciência e da tecnologia nos nossos dias com o quotidiano.

Escolhemos o tema da auto-imunidade porque está inserido no fascinante capítulo do livro de Biologia doptado pela escola, "Imunidade e Controlo de Doenças", e também pois a pesquisa será muito importante para a nossa vida profissional futura.

Neste blog postaremos inúmeras doenças auto-imunes, e esperamos que estas informações sejam úteis aos leitores.

domingo, 18 de maio de 2008

PSORÍASE

Este desequilíbrio está envolvido com os linfócitos T. Estes, actuam sobre as células saudáveis da pele, atacando-as como se de uma infecção se tratasse, provavelmente como consequência de uma predisposição genética (ainda em estudo por parte dos médicos), cortes na pele ou exposição exagerada ao sol, infecções precedentes, stress, consumo exagerado de álcool ou drogas, medicações prescritas para outros problemas (como lítio ou medicamentos anti malária) ou até sob influência do ambiente que envolve o organismo, podendo também contribuir para uma pioria posterior da doença.
Além disso estes linfócitos, demasiadamente activos, incitam outras respostas imunitárias que fazem aumentar a produção tanto de células da pele sãs como de mais linfócitos T.Assim gera-se um ciclo vicioso no qual as células são geradas tão rapidamente que as camadas de pele destruída não têm tempo de ser expelidas como aconteceria normalmente. Este ciclo não pára até que seja administrado o tratamento necessário.

Os sintomas da Psoríase variam de individuo para individuo, mas normalmente traduzem-se por: manchas vermelhas na pele (por vezes com crostas brancas), pele seca e quebradiça, prurido, pele irritada e edema. Pequenas manchas podem vir a formar erupções, cobrindo grandes áreas e até desfigurando ou inutilizando áreas.
Existem diferentes tipos de Psoríase:
- Em placas: a mais comum (manchas em placas). Podem causar prurido ou sensação de dor, ocorrendo em qualquer parte do corpo, fazendo com que a pele à volta se torne seca, quebre e sangre.
- Em unhas: pode ocorrer tanto nas unhas dos pés como das mãos, causando um crescimento anormal das mesmas ou encravamento e descolorando-as. Em casos mais avançados a unha pode mesmo despedaçar-se.
- No couro cabeludo: com sintomas semelhantes à psoríase em placas, pode detectar-se pela queda de pele, encontrada nos ombros ou mesmo na escova do cabelo.
- Postulada: observa-se em pequenos remendos ou áreas nas mãos, pés e dedos. Desenvolve-se rapidamente, com bolhas de pus que aparecem horas após o rubor e que vão aparecendo e desaparecendo de tempos a tempos. Este tipo raro de Psoríase pode ter consequências como febre, calafrios, abatimento, fadiga, perda de peso e prurido.
- Eritrodérmica: é a menos comum e talvez a pior, por cobrir todo o corpo do indivíduo de rubor, intercalando calafrios com suores intensos. Tem origem noutra psoriase mal cuidada ou em agentes externos como excessiva exposição solar.
- Artrítica: associada normalmente a outras inflamações como conjuntivites, traduz-se em caroços no corpo, unhas descoloradas e dores nas articulações (em casos extremos leva a deformações permanentes), típicas das artrites.
Todos os diferentes tipos podem ultrapassar períodos de remissão, acabando porém por vir novamente a manifestar a doença, ao fim de meses ou até anos.
Na maioria dos casos, esta é uma doença diagnosticável visualmente. Todavia, existem situações em que o médico exige uma biopsia, para que seja determinada exactamente o tipo de psoríase ou diagnosticados outros desequilíbrios (como por exemplo: seborreia dermatítica, neurodermatite, pitiríase.)
O tratamento da doença passa pela tentativa de interromper o ciclo de produção alterada de células da pele, reduzindo a inflamação ou removendo-a, alisando a pele afectada.
Apesar dos médicos adaptarem o tratamento ao tipo de psoríase, o tradicional é começar pelos mais suaves como cremes ou fototerapia, e então avançar para os mais fortes, evitando o mais possível os efeitos secundários a longo prazo.
A despeito das variadíssimas opções, a terapia pode necessitar de ser mudada diversas vezes uma vez que é uma doença altamente imprevisível e que o organismo do indivíduo pode não ser sensível a certas dosagens ou tornar-se resistente.
Na generalidade são divididos em três tipos de tratamento: local, oral e fototerapia.
Locais:
Normalmente cremes e óleos, para um tratamento suave ou em casos mais severos acompanhados de um dos outros dois tipos.
- Corticosteróides: são os medicamentos mais prescritos para tentar moderar a doença ou para impedir que ressurja. Estes suprimem o sistema imunitário, acalmando a inflamação e são recomendados para áreas sensíveis como o rosto ou pele muito danificada.
- Vitamina D: esta forma sintética da vitamina também reduz a inflamação e a produção de células da pele em excesso. Calcipotriene (Dovonex) é um exemplo (em creme, unguento ou solução com vitamina D).
- Anthralin: este medicamento normaliza a actividade do DNA nas células da pele. Este consegue remover a inflamação e até alisar a pele, mas como suja tudo à sua volta é recomendado pouco contacto antes do creme ser retirado. Por vezes é usado em conjunto com a fototerapia.
- Retinóides: (Tazorac) tal como as anteriores, normaliza a actividade das células da pele, e tem como efeitos secundários irritação cutânea. Ao ser prescrito este tratamento deve ter em conta uma possivel gravidez do paciente.
- Inibidores à base de cal: (tacrolimus e pimecrolimus) estes rompem a actividade dos linfócitos T, diminuindo a inflamação, mas não são aconselháveis em uso continuado pois podem causar cancro de pele ou linfomas a longo prazo.
- Alcatrão de hulha: é provavelmente o mais antigo tratamento e do qual se desconhecem mais efeitos, apesar de ser incómodo no sentido que tem um forte odor e suja muito a roupa.
Fototerapia:
Consiste na exposição controlada à luz do sol natural ou a radiações artificiais UVA ou UVB, sozinhas ou acompanhadas de outro medicamento. A exposição a qualquer destas radiações vai eliminar as células T da pele, reduzindo a proliferação das camadas desapropriadas e a inflamação. Contudo não deve ser exagerada, sob risco de piorar o estado da doença ou causar melanomas.
Orais:
Usados principalmente quando o organismo se mostra resistente a outro tratamento, e não devem ser tomados exageradamente mas intercalados com outro tratamento. Reduzem a produção de células ao nível da pele.
- Retinóides: estão relacionados com a vitamina A, e devem evitar ser tomados em pacientes que estejam ou manifestem intenções de estar grávidas.
- Methotrexate: reduz a acção da histamina pelos mastócitos ao nível da infecção, mas usado regularmente pode tornar-se prejudicial por reduzir em demasia os níveis de plaquetas, hemácias e leucócitos.
- Azathioprine: é um medicamento potente, que a longo prazo pode instigar o desenvolvimento de neoplasias ou desordens sanguíneas e que tem efeitos como vómitos, náuseas, fadiga.
- Cyclosporine: também é um supressor imunológico e tem efeitos secundários semelhantes ao Methotrexate.
- Hydroxyure: é dos únicos aconselháveis a tomar em conjunto com a fototerapia. Tem como efeitos secundários anemia e não deve ser tomado durante a gestação nem anteriormente à mesma.
- Imunomoduladores biológicos: medicamentos como Raptiva, Amevive ou Enbrel são dadas por infusões intravenosas, injecções intramusculares ou subcutâneas em casos nos quais o tratamento tradicional falhou. Apesar de terem origem biológica e de apenas bloquearem algumas das interacções entre células do sistema imunitário também acarretam alguns riscos.

1 comentário:

Alex F Correa disse...

Qual especialidade da medicina está mais indicado para ajudar no tratamento da psoríase?