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Apresentação

A ideia para criar este blog surgiu no âmbito do tema da nossa Área de Projecto, que relaciona a saúde e os avanços da ciência e da tecnologia nos nossos dias com o quotidiano.

Escolhemos o tema da auto-imunidade porque está inserido no fascinante capítulo do livro de Biologia doptado pela escola, "Imunidade e Controlo de Doenças", e também pois a pesquisa será muito importante para a nossa vida profissional futura.

Neste blog postaremos inúmeras doenças auto-imunes, e esperamos que estas informações sejam úteis aos leitores.

terça-feira, 20 de maio de 2008

VASCULITE

A Vasculite, também denominada Angiite, consiste numa inflamação nos vasos sanguíneos, pela aderência dos complexos imunes, normalmente destruídos pelos macrófagos, às paredes destes vasos. Como resultado, os vasos sofrem aumento ou diminuição de volume, obstrução e escoriações, limitando o fluxo sanguíneo que abastece certos tecidos. O que sucede é que, assim, alteram-se as trocas de oxigénio e nutrientes entre os mesmos, que acabam por ficar também danificados. Por vezes a restrição sanguínea origina a formação de coágulos que obstruem os vasos, mas noutros casos o enfraquecimento dos mesmos tem como consequência a criação de pequenos aneurismas. A inflamação pode ser aguda (temporária) ou crónica, e pode mesmo levar á morte.
Dependendo do tipo de Vasculite, as causas são variadas, podendo envolver outras doenças auto-imunes precedentes, infecções causadas por vírus ou bactérias ou mesmo causas ainda por descobrir.
Os pacientes com esta doença costumam apresentar sinais de fadiga, fraqueza e perda de apetite, febre, artralgias, dor abdominal e das articulações, hipertensão, insuficiência renal e distúrbios do sistema nervoso. Sintomas como polineuropatia assimétrica, púrpura ou síndroma pulmonar-renal fazem com que o médico suspeite de uma vasculite. Porém, cada tipo de vasculite tem os seus sintomas específicos:
- Síndroma de Behçet (inflamação das artérias e veias);

- Trombovasculite obliterante ou Doença de Buerger (inflamação e coágulos nos vasos; está associada ao fumo do tabaco e traduz-se por dores nas pernas, braços, pés e mãos e por úlceras nos dedos);

- Granulomatose alérgica ou Síndroma de Churg-Strauss (afecta os vasos sanguíneos dos pulmões e está associada á asma);

- Crioglubolinemia (caracteriza-se pela presença anormal de crioglobulinas [Ig] – proteínas que se tornam insolúveis a baixas temperaturas – no sangue, e está associada á hepatite C. Traduz-se por exantema, artrite, e neuropatia);

- Arterite Temporal [GCA] (inflamação das artérias do pescoço, braços, e cabeça, principalmente das têmporas. Está associada á polimialgia reumática e sintomas como dores de cabeça e dos maxilares, visão obscurecida ou dupla, e até cegueira podem estar presentes);

- Vasculite sistémica ou púrpura de Henoch-Schonlein (inflamação dos vasos da pele, articulações, intestino e rins. Traduz-se por dores abdominais e articulares, sangue na urina e púrpura nos joelhos, pernas e pés);

- Vasculite Hipersensitiva (pequenas borbulhas vermelhas na pele);

- Doença de Kawasaki ou Poliarterite infantil (pele seca e quebradiça e inflamações ao nível do olhos);

- Poliangiite Microscópica (afecta os vasos ao nível dos rins, pulmões e pele. Os sintomas específicos são glomerulonefrite e destruição dos nervos);

- Poliarterite Nodosa (sintomas como púrpura, úlceras na pele, dores nas articulações e problemas renais são comuns);

- Polimialgia Reumática [PMR] (dores fortes e inflamações das articulações e nos músculos, associando-se á arterite das células gigantes);

- Vasculite Reumatóide (afecta os olhos, a pele, os pés e as mãos e pacientes com um historial reumático);

- Arterite de Takayasu (afecta as maiores artérias do corpo, incluindo a aorta. Os sintomas passam por dores nas costas, fraqueza nos braços ou dor, pulsação baixa, frivolidade, dores de cabeça e perturbações visuais);

- Granulomatose de Wegener (inflamação dos vasos do nariz, dos seios paranasais e da garganta, dos pulmões e dos rins. Os sintomas são falta de ar, congestionamento nasal, sinusite crónica, sangramento do nariz e infecções nos ouvidos frequentes).

O diagnóstico é feito essencialmente com base nos sintomas demonstrados pelo paciente e pela análise do seu historial médico, para se evitar a confusão com outras doenças ou o risco das mesmas. Contudo uma confirmação exige testes laboratoriais como hemograma completo (CBC) – se os leucócitos estiverem em elevada concentração indicam infecção, exame muscular enzimático, testes ao fígado, teste á velocidade de sedimentação globular (ESR) – a rapidez das hemácias pode indicar inflamação, análises á urina e ao sangue, radiografia ao tórax (CXR) e electrocardiograma (EKG). Além destes pode requerer-se testes em busca de anticorpos anti-nucleares (ANA) ou anti-neutrófilos citoplásmicos (ANCA). Paralelamente a estes testes, pode realizar-se uma electromiografia quando estão presentes sintomas neurológicos; uma arteriografia, que mostrará possíveis aneurismas, coágulos e outras anormalidades; uma biopsia e ressonâncias magnéticas que permitam observar o tamanho das artérias (MRI).
A terapêutica utilizada, quando a doença não entra em remissão por si mesma, envolve o uso de corticosteróides (como Medrol, Actonel e Fosamax), medicamentos citotóxicos (imunossupressores) e anti inflamatórios – NSAIDs (como aspirina e ibuprofeno). Outros medicamentos como derivados da penicilina, Cell Cept, Remicade ou Rituxan.

1 comentário:

Inêszinha disse...

Bom dia,
o meu filho foi diagnosticado em 2010 com a Doença de Kawasaki.
Há uns dias criei uma página de FB para informar sobre a doença, para que as pessoas fiquem mais atentas aos sintomas, podendo reconhece-los nos seus filhos.

Partilho o link, caso queira partilhar ou visitar.
Obrigada,

https://www.facebook.com/DoencaDeKawasaki?ref=hl

Inês Pinto Correia